Nordeste, que tem 316.543 inscritos para 86 vagas de nível médio, é região com mais concorrentes
Por Célia Costa — Especial para a República.org
Com vagas oferecidas para todas as regiões do país, a carreira de Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está entre as mais disputadas no Concurso Nacional Unificado (CNU).
Para o Nordeste, especificamente, a concorrência é maior: são 316.543 inscritos para 86 vagas de nível médio. Em todo o país, o IBGE está oferecendo 895 vagas, das quais 300 são para a carreira de técnico, que exige apenas o nível médio. Para o restante das vagas, há exigência de nível superior.
O salário da carreira de Técnico é um dos principais atrativos. O Nordeste é onde os trabalhadores de todas as áreas recebem o menor salário médio, segundo dados do IBGE divulgados em maio de 2023.
De acordo com o edital, a remuneração inicial é de R$ 3.741,84, composta de R$ 2.676,24 mais R$ 1.065,60 de gratificação de 80 pontos. Ao ingressar, o novo servidor receberá 80 pontos de gratificação até a sua primeira avaliação, quando poderá chegar aos 100 pontos e a remuneração atingirá o valor de R$ 4.008,24, conforme desempenho de Atividade em Pesquisa, Produção e Análise, Gestão e Infraestrutura de Informações Geográficas e Estatísticas (GDIBGE).
O Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas é responsável por coletar, organizar, corrigir e manter dados de forma confidencial e atualizada. Também realiza entrevistas para obtenção de informações, faz levantamentos topográficos e cartográficos, e auxilia na manutenção da rede física dos marcos geodésicos.
Além disso, o profissional presta suporte aos usuários na disseminação de dados, executa tarefas administrativas, dirige veículos para realizar as atividades, opera equipamentos de informática e desempenha outras atividades compatíveis com o cargo.
Último concurso para o IBGE foi realizado em 2015
O último concurso do IBGE para Técnico de Informações Geográficas e Estatísticas foi realizado em 2015 para o preenchimento de 460 vagas de nível médio. No entanto, segundo Elvis Vitorino da Silva, diretor do Sindicato Nacional dos Técnicos do IBGE (ASSIBGE) e coordenador do núcleo de Sergipe, o número de vagas disponíveis no concurso é insuficiente.
Dados do sindicato da categoria mostram que o IBGE tem uma carência de cerca de 3.600 servidores. Atualmente, 2.421 técnicos atuam no país.
“O IBGE enfrenta o maior déficit de trabalhadores de sua história. As agências enfrentam grave falta de pessoal, sendo que 80% delas funcionam com apenas três servidores efetivos. A maioria funciona com trabalhadores temporários, que ganham cerca de R$ 1,5 mil”, avalia Elvis. “As 300 vagas disponíveis para todo o país no CNU são importantes, mas muito insuficientes. Vamos passar por dificuldades para a realização do novo censo, ainda sem data definida”, ele afirma.
Elvis aponta que o problema na contratação de técnicos é a curta permanência desses profissionais.
“O trabalho do técnico é vital para o IBGE”, acrescenta. “Entre as responsabilidades, estão as pesquisas econômicas que vão gerar o Produto Interno Bruto (PIB), indicador fundamental para avaliar a atividade econômica e o desempenho global de uma economia.”