Projeto inovador busca engajar servidores e fortalecer a eficiência estatal
Lançado em 2018 pela República.org, o projeto Residência em Capital Humano trouxe uma abordagem pioneira para enfrentar um dos principais desafios do serviço público brasileiro: como engajar servidores sem recorrer a incentivos financeiros? O programa foi desenhado para abordar problemas históricos na gestão de pessoas, como baixa motivação, falta de incentivos e dificuldade em promover mudanças estruturais no setor público.
Durante oito meses, 14 participantes, divididos em quatro grupos, foram desafiados a criar e testar soluções práticas para transformar a gestão de pessoas em diferentes órgãos governamentais. Esses experimentos não apenas geraram resultados positivos em termos de engajamento, mas também destacaram a importância de uma gestão de pessoas mais humanizada e orientada para o impacto social.
Formação intensiva com foco em resultados
Sob coordenação de Regina Silvia Pacheco, professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e ex-presidente da Escola Nacional de Administração Pública (Enap), a Residência em Capital Humano combinou bolsas de estudo com uma formação intensiva.
Os residentes participaram de encontros bimestrais que proporcionaram interação com especialistas e colaboração em um ambiente propício ao desenvolvimento de ideias inovadoras. O principal objetivo do projeto foi abordar de forma estratégica desafios de gestão de pessoas no serviço público.
Transformações reais em órgãos públicos
Os experimentos desenvolvidos na primeira edição da Residência em Capital Humano demonstraram a capacidade da iniciativa de gerar soluções concretas e aplicáveis.
No Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio de Janeiro, um projeto baseado em psicologia organizacional e metodologias de engajamento, que contou com entrevistas, grupos focais, práticas de reconhecimento por mérito e desenvolvimento de habilidades, resultou em um aumento do senso de propósito e pertencimento dos policiais à corporação.
Também no Rio, oficinas de capacitação e rodas de conversa sobre saúde mental e bem-estar, junto com a criação de canais de comunicação direta, promoveram um ambiente de trabalho mais colaborativo e respeitoso nas prisões femininas.
Na Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Semace), fiscais ambientais se envolveram em um diagnóstico detalhado sobre condições de trabalho e motivações, que levou à formação de equipes multidisciplinares e ao estabelecimento de feedbacks regulares para melhorar o desempenho dos servidores.
Os bons resultados desses experimentos abrem caminho para que novas soluções sejam desenvolvidas, testadas e implementadas em órgãos públicos de todo o país, e contribuam para a melhoria contínua da administração pública no Brasil.
