Coalizão reúne diversos atores para transformar a administração pública por meio de uma agenda propositiva de gestão de pessoas e de lideranças
O Movimento Pessoas à Frente tem intensificado o debate sobre a modernização da administração pública no Brasil. Criada em 2017, a iniciativa reúne especialistas, parlamentares, sindicatos, representantes dos governos federal e estaduais, além de organizações do terceiro setor, com o objetivo de articular e mobilizar diversos atores para a proposição e a pactuação de propostas, baseadas em dados e evidências, que consolidem uma agenda voltada para a promoção e o fortalecimento de lideranças públicas comprometidas com o tema de gestão de pessoas. A República.org é uma das organizações sociais que integram e apoiam o movimento.
Diversidade e pluralidade na construção de políticas públicas
O Movimento Pessoas à Frente é uma coalizão plural e suprapartidária da sociedade civil, dedicada ao debate e à construção da melhoria do Estado a partir da gestão das pessoas que atuam no serviço público. Com mais de 200 participantes, incluindo acadêmicos, membros do Judiciário e representantes de várias esferas, o movimento pactua valores e princípios comuns, elabora e qualifica propostas que impactam o debate público, e busca soluções efetivas para os desafios enfrentados pelo país. A pluralidade de vozes e visões é essencial para garantir que as propostas sejam abrangentes e representem as reais necessidades da sociedade brasileira.
O movimento defende que líderes bem capacitados são fundamentais para implementar inovações na administração pública, especialmente em tempos de crise econômica, social e climática. Isso porque eles têm papel-chave na boa gestão de recursos e no fortalecimento da confiança da população no serviço público.
Construção coletiva para desafios complexos
Para enfrentar os desafios da gestão pública, o Movimento Pessoas à Frente organiza Grupos de Trabalho (GTs) temáticos que abordam questões como carreiras, contratações temporárias, equidade de gênero e étnico-racial, gestão de desempenho, mulheres no serviço público, segurança jurídica e transparência. Esses grupos discutem e desenvolvem soluções práticas que podem ser adotadas por governos em todos os níveis.
Desde o seu primeiro encontro, realizado na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, em 2017, o movimento tem buscado aprender com exemplos internacionais de sucesso. Imersões no Chile e no Reino Unido, por exemplo, ajudaram a moldar a visão de políticas para lideranças.
Propostas fundamentadas em dados e evidências
O Movimento Pessoas à Frente possui uma área de produção de conhecimento dedicada a desenvolver estudos, notas técnicas e pesquisas que sustentam sua atuação em advocacy e dão legitimidade às suas propostas. Todos os materiais estão disponíveis em seu site. Em 2021, o movimento lançou uma campanha contra os supersalários no funcionalismo público. Em 2023, publicou a nota técnica “Conhecendo as lideranças: desafios e oportunidades para ampliação da transparência de dados”. Em 2024, apresentou o “Guia de gestão de pessoas para lideranças municipais”.
Além disso, em 2023, o Movimento Pessoas à Frente deu um importante passo ao criar o documento “Recomendações para a promoção de equidade étnico-racial no serviço público brasileiro”, em parceria com a Mahin Consultoria Antirracista. O material, entregue à ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, reafirmou o compromisso do movimento de promover uma gestão pública mais inclusiva e representativa.