Diversidade, concursos e carreiras são prioridades na gestão de pessoas públicas, diz nova presidente do conselho da República.org

Publicado em: 2 de fevereiro de 2023

Conheça Renata Vilhena, professora e especialista em gestão pública com mais de 38 anos de dedicação ao serviço público

Por Stella Tó Freitas

A gestora pública Renata Vilhena. Foto: Gil Leonardi.

Primeira mulher a ocupar o cargo de secretária de estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, graduada em Estatística e especialista em Administração Pública, Renata Vilhena assumiu em janeiro de 2023 o cargo de presidente do conselho diretor da República.org. 

Vilhena chega à presidência do conselho com a proposta de fomentar debates que, para a República.org, são vitais para que o Estado brasileiro seja capaz de levar serviços de qualidade a mais brasileiros e brasileiras e combater as desigualdades. Entre os temas propostos, estão a valorização do servidor público, a reformulação dos concursos públicos, a ampliação da diversidade na agenda dos governos e o investimento em pessoas que desempenham atividades em cargos públicos.

“Até quando nós vamos continuar apenas medindo o conhecimento para que a gente possa recrutar pessoas na área pública? Se a gente for comparar o Brasil com outros países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico], por exemplo, esses países hoje já fazem entrevistas e outras etapas que vão além do concurso público”, ressalta Renata, que considera a forma de seleção de servidores públicos um dos maiores desafios da gestão de pessoas em governos.

Na análise da administradora pública, que tem uma bagagem de atuação de 38 anos no serviço público, outros dois grandes desafios na gestão de pessoas é equalizar a remuneração para servidores que desenvolvem as mesmas funções e “pensar mecanismos para engajar os servidores”, tanto para aumentar a produtividade do serviço público, como adequar os talentos dos agentes às funções exigidas pelo cargo. 

Renata Vilhena iniciou sua trajetória como servidora em 1985 e passou por cargos como Secretária de Estado Adjunta de Planejamento e Coordenação Geral, Secretária Adjunta da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação e Secretária Adjunta da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação. Em Minas, foi uma das responsáveis pela concepção e pela implementação do modelo de gestão administrativa conhecido como Choque de Gestão.  Atualmente, ela também é professora associada da Fundação Dom Cabral. 

A entrada e a permanência no serviço público, sobretudo em cargos de liderança, foi um desafio para além das questões do dia a dia do trabalho. Ser mulher, em uma conjuntura masculina, apontou para Vilhena a necessidade de discutir gênero, segurança contra assédio e diversidade na esfera pública. 

“A gente conhece vários estudos que demonstram a importância de trazermos a diversidade para dentro dos cargos, das áreas, dos ministérios, das secretarias, porque nosso país é diverso. Ter esse olhar torna muito mais rica a formulação da política pública. É por isso que nós defendemos muito ampliar e criar mecanismos para que tenhamos uma representação diversa, para que nós sejamos mais assertivos em termos de formulação de políticas públicas”, argumentou. 

O conselho

Renata assumiu a presidência do conselho diretor da República.org acompanhada de outras duas mulheres como vice-presidentes, a advogada Vera Monteiro (coordenadora executiva da Sociedade Brasileira de Direito Público) e a pesquisadora Gabriela Lotta (coordenadora do Núcleo de Estudos da Burocracia, da Fundação Getúlio Vargas).

Sua trajetória no conselho da República.org iniciou em 2016. Além de atuar em escolas de formação e reformulação administrativa, Renata é uma das juradas do Prêmio Espírito Público, o maior prêmio de valorização dos servidores públicos do Brasil, idealizado pela República.org e realizado pela parceria Vamos. 

“A República.org, desde sua fundação, tem esse propósito de contribuir com o desenvolvimento de pessoas no país e investe muito em projetos de desenvolvimento de pessoas. A gente tem que pensar a República.org, agora, para os próximos 70 anos, para que a gente tenha uma organização sustentável e que faça a diferença para o país”, finalizou. 

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