Hoje, dia 31 de outubro, é o Dia Mundial das Cidades. É no urbano que a maioria da população vive, e a urbanização, ainda em processo acelerado em todo o mundo, é das maiores questões a serem enfrentadas pela população global. 

O Brasil viveu e ainda vive uma intensa urbanização. Em 1950, por exemplo, apenas 36% da população vivia em cidades. Hoje, mais de 85%: o que significa que quase 180 milhões de pessoas habitam as cidades brasileiras atualmente. O Brasil, que tem a quinta maior população do mundo, ocupa o quarto lugar no ranking de população urbana.

Este contexto – de cada vez mais pessoas nos centros urbanos – traz um desafio para entrega de serviços públicos de qualidade,  porque essa população precisa ser atendida nos hospitais, pelo transporte público, pela educação e por todas as incubências mais básicas.

A data comemorativa é recente, de 2016, elaborada pela ONU, mas o trabalho de profissionais de planejamento urbano que contribuem para o desenvolvimento das cidades é antigo. Fabiana Loiola, profissional pública, arquiteta e urbanista, trabalha com projetos urbanos e planejamento na Prefeitura de Mesquita, município da região metropolitana do Rio de Janeiro, na Baixada Fluminense. Faz parte da Rede República e conversou sobre a importância do 31 de outubro. Para ela, trata-se de uma data importante para o mundo todo, já que mais da metade da população mundial vive em cidades – e esse número tende a aumentar.

"Daqui a uns 30 anos, serão dois terços da população mundial vivendo nessas aglomerações" – alerta Fabiana.

Para ela, que se dedica a pensar cidades para o futuro, a data de hoje traz à tona a necessidade de debatermos como queremos e como fazermos cidades melhores. A profissional pública já trabalhou na Prefeitura de Nova Iguaçu, também município do Rio de Janeiro, entre os anos de 1998 e 2004, onde pôde participar da elaboração, revisão e implementação do arcabouço legal de planejamento e gestão urbana. 

"Hoje, quando olho a cidade, reconheço alguns dos preceitos estabelecidos naquela época. Isso é gratificante. A verticalização da cidade foi possível através do Plano Diretor e Lei de Uso do Solo, do final da década de 1990. O sistema viário também foi hierarquizado naquela época. Infelizmente a gestão urbana de trânsito não tem funcionado. E aí surgem os problemas que vemos hoje" – diz a urbanista. 

Atualmente, na Prefeitura de Mesquita, Fabiana atua na definição da identidade e vocação da cidade, através do urbanismo . 

"Acho que uma das questões mais prementes em Mesquista é definir qual a vocação e a identidade do município. Somos um município pequeno e estamos encravados entre Nova Iguaçu e Nilópolis, com a maior parte da população economicamente ativa trabalhando em outros municípios. Ou seja, ainda somos uma cidade-dormitório. Precisamos desenvolver políticas, tanto econômicas quanto urbanas, que favoreçam a permanência dos moradores na cidade" – lembrou a urbanista, mostrando como cada município, especificamente, invoca um debate bem particular.

"É preciso identificar as potencialidades de cada município para, através da legislação e do direcionamento de investimentos, alavancar o desenvolvimento local" – completou.

Para Fabiana, os debates que emergem neste 31 de outubro são, principalmente, de mobilidade e habitação social, já que ambos dizem a respeito ao direito à cidade para todos os cidadãos. 

Como toda pessoa que sonha, ela também divide com a gente seu sonho:

"Sonho com uma cidade organizada, inclusiva e justa socialmente. Esse é o sonho de todo urbanista!"

 

Rithyele Dantas
Analista de Comunicação na Republica.org

 

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