O que é gestão de pessoas no serviço público?

Publicado em: 5 de maio de 2025

Gestão de pessoas é uma estratégia adotada por governos que pode garantir o bem-estar do servidor público

Por Célia Costa — Especial para República.org

A gestão de pessoas tem papel estratégico no desenvolvimento da administração pública para enfrentar desafios do presente. Ela compreende um conjunto de políticas e práticas que garantem que o Estado tenha pessoas qualificadas, motivadas e alinhadas à missão de servir à sociedade. Tem como base a intenção de conciliar a eficiência operacional com o bem-estar dos servidores.

Os quatro pilares da gestão de pessoas

Segundo a economista Helena Wajnman, conselheira do instituto República.org, a gestão de pessoas está fundamentada em quatro pilares. O primeiro passo é a atração e seleção, que assegura a admissão de pessoas com aptidão para o serviço público, por meio de processos seletivos modernos, justos e baseados em competências.

O segundo pilar é o desenvolvimento, que visa promover capacitação contínua, atualização técnica e formação de lideranças para que os profissionais possam crescer e responder aos desafios públicos.

“Como terceiro pilar está a gestão de desempenho. O foco é acompanhar resultados na melhoria contínua, no reconhecimento de bons desempenhos e no apoio a quem precisa evoluir”, explica a especialista.

Retenção e carreiras fazem parte do quarto e último dos pilares enumerados pela conselheira. O objetivo é construir trajetórias valorizadas, com planos de carreira claros e ambientes que promovam engajamento, bons incentivos ao crescimento, bem-estar e permanência de talentos.

O foco é acompanhar resultados na melhoria contínua, no reconhecimento de bons desempenhos e no apoio a quem precisa evoluir.

Helena Wajnman, conselheira da República.org

Além de lidar com normas e processos administrativos, a gestão de pessoas busca oferecer remuneração justa e oportunidades de crescimento profissional. Ela também é fundamental para aprimorar as competências das equipes e promover a resolução eficaz de conflitos.

Servidores engajados

Especialista em administração pública, Renata Vilhena é professora associada da Fundação Dom Cabral e presidente do conselho da República.org. Ela ressalta a importância em pensar mecanismos para engajar os servidores.

O ciclo, segundo ela, começa ainda na fase de ingresso, em que uma seleção bem conduzida, alinhada aos propósitos e valores da instituição pública, é chave para garantir que os novos servidores estejam motivados e preparados para contribuir com o interesse público.

A escolha consciente de talentos, combinada a uma gestão por competências e à seleção de perfis coerentes com os objetivos estratégicos, fortalece a identidade institucional e favorece a construção de um ambiente de trabalho mais colaborativo e eficiente.

“Para tanto, é preciso modernizar as formas de ingresso, seja por meio da realização de concursos públicos ou processos seletivos que não levem em conta somente provas objetivas, mas também os perfis socioemocionais dos candidatos”, afirma Vilhena.

“A seleção de líderes é também fator importante para a mudança da cultura organizacional, já que é primordial alocar as pessoas mais capacitadas nos cargos mais críticos para garantia das entregas. Ao longo da jornada, é essencial investir continuamente no desenvolvimento dos servidores, por meio de capacitações, programas de aprendizagem e oportunidades de crescimento”, completa.

Esta matéria faz parte de uma série especial da República.org sobre gestão de pessoas no serviço público. A iniciativa destaca como valorizar os servidores públicos fortalece a capacidade do Estado de atender às necessidades da população.

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