Por Stella Tó Freitas
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No segundo dia de atividades, na sexta-feira (25), a Casa República.org na Feira Internacional de Paraty (Flip) contou novamente com um público engajado. Defensoria pública, literatura, políticas públicas e reforma tributária foram alguns dos temas levados pelos convidados, que ampliaram o diálogo entre o serviço público e a efetividade do Estado.
A primeira mesa, “Notas da repartição”, recebeu a escritora e servidora pública Mariana Salomão Carrara, que atua na defensoria pública do estado de São Paulo, e pelo jornalista Paulo Werneck, editor da revista Quatro Cinco Um.
No debate, Carrara ressaltou que “a defensoria é necessária para manter a democracia”. Ela apontou também a importância de ter uma política de cotas para ampliar a diversidade dos cargos de juízes. “A política de cotas para os juízes, e não só para os defensores, é crucial”, afirmou a profissional pública, que se divide entre vida burocrática e artística. Autora da obra Se deus me chamar não vou, Carrara foi finalista do prêmio Jabuti 2020.
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A mesa seguinte, apresentada pela Samambaia Filantropias, teve a participação do economista Rodrigo Orair e do tributarista Luiz Gustavo Bichara, com mediação de Clara Marinho, analista de Planejamento e Orçamento do Ministério da Economia e conselheira da República.org.
Denominada “A gente não quer só dinheiro: o que se espera da futura reforma tributária”, a conversa abordou a necessidade de desmistificar a ideia de que os programas de assistência social são os vilões da tributação no Brasil. “Não acho que o demônio está no benefício, o demônio está no benefício sem controle”, defendeu Orair, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
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Os convidados também discutiram política de transparência de renda, melhorias na infraestrutura dos serviços públicos e, principalmente, reforma tributária. “O Brasil tributa muito mal a renda e tributa muito o consumo, e qual é o problema disso? O consumo é tributo que sobrecarrega o pobre”, argumenta Bichara.
Na terceira mesa, “Estado crítico, Estado criativo”, o jornalista Plínio Fraga (professor na UFRJ), o especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental e presidente do conselho consultivo da República.org Francisco Gaetani e a jornalista Larissa Guimarães falaram sobre políticas públicas, políticas afirmativas e construção do Estado.
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“É muito comum a confusão entre Estado e governo. Governos são transitórios, estados são permanentes, e as questões de Estado são mais importantes que as de governo. Por exemplo, hoje, depois de décadas de debate, podemos dizer que já se sabe que o Estado deve fazer transferência de renda mínima. Essa questão transcende os governos: é um assunto de Estado”, sinalizou Fraga, que fez o lançamento do primeiro capítulo de seu livro O Estado brasileiro, editado pela Companhia das Letras em parceria com a República.org.
A programação segue até domingo (27). Veja a seguir.
CASA REPÚBLICA.ORG NA FLIP
Sábado, 26/11
10h30 — “Anos de vida pública”: o escritor e servidor público Itamar Vieira Junior conversa com Paulo Werneck.
12h30 — “Na hora do expediente”: o biógrafo Ivan Marques conversa com Paulo Roberto Pires sobre João Cabral de Melo Neto.
17h — “Contos da vida burocrática”: a escritora-servidora Paulliny Tort conversa com Plínio Fraga.
19h — “Reconstruindo o Estado no Século 21”: os autores Francisco Gaetani e Miguel Lago conversam com Alessandra Orofino.
Local: Casa República.org (r. Dona Geralda, 25).
Domingo, 27/11
10h — República.org e Folha de S.Paulo apresentam: “Um acontecimento”, conversa entre a vencedora do prêmio Nobel Annie Ernaux e o escritor Geovani Martins, com mediação de Rita Palmeira.
Local: Casa Folha (r. do Comércio, 8).